Uso da cera de carnaúba na criação de nanopartículas voltadas ao tratamento do câncer

Benefícios

Uso de escala nanométrica

Melhoria da solubilidade do medicamento

Aumento da capacidade de direcionar a medicação para o local de tratamento

Status: Vigente.

Maturidade
Tecnológica
Prova experimental de conceito.
Alguns medicamentos são mais eficazes quando liberados diretamente sobre áreas específicas do corpo humano. Para auxiliar nesse processo, são utilizadas estruturas em escala nanométrica que envolvem e protegem a molécula do fármaco, melhorando a solubilidade do medicamento e permitindo maior controle de sua liberação no organismo.
Entre essas estruturas estão as nanopartículas lipídicas sólidas (NLS), que atuam como carreadores (nanopartículas que servem como carregadores de medicamentos ou de moléculas ativas). Para conferir ainda mais potencial às NLS, são adicionados elementos magnéticos, como óxido de ferro. Têm-se então as nanopartículas lipídicas sólidas magnéticas (NLSM) e, dessa forma, é possível direcionar o medicamento ao local desejado, através da atração gerada por um campo magnético. “O propósito é alterar a biodistribuição da medicação para melhorar sua eficácia.
Literalmente, a medicação seria puxada para o local de interesse em vez de se espalhar igualmente por todo o corpo, o que seria de extrema importância para tratamentos onde a medicação causa efeitos colaterais quando presente em locais indesejados no organismo”, explica a Profª Nágila Ricardo. Na patente em questão, a cera de carnaúba, que é um composto lipídico, constitui a matriz estrutural de todo o sistema desenvolvido. Sua aplicação se deve ao fato de que a cera não se dissolve tão facilmente no organismo, o que proporciona uma liberação mais controlada da medicação.
O elemento magnético acrescido foi a magnetita, formada por átomos de ferro e de oxigênio e considerada a substância magnética mais antiga conhecida pelos seres humanos. A composição conta ainda com derivados do líquido da casca da castanha de caju (LCC), responsáveis por conferir maior estabilidade ao composto. O maior diferencial do invento é que a cera funciona, ao mesmo tempo, de quatro formas diferentes. Primeiro, ela atua como uma cápsula protetora da medicação administrada aos pacientes. Segundo, tem capacidade de direcionar a medicação para o local de interesse do tratamento, através de um campo magnético. Terceiro, é capaz de gerar calor, também através de campo magnético.
Por último, a cera também pode auxiliar na obtenção de diagnósticos por imagem. A capacidade de geração de calor refere-se à hipertermia magnética (HM). É por meio dessa técnica ‒ usada para aumentar a eficácia de terapias tradicionais no tratamento do câncer, como radioterapia e quimioterapia ‒ que ocorre a chamada apoptose (morte programada) de células tumorais, devido ao calor irradiado. Trata-se de uma consequência direta das propriedades de aquecimento das nanopartículas sob aplicação de um campo magnético alternado. Dessa forma, é possível induzir a regressão de tumores cancerígenos. Quanto ao auxílio em diagnósticos, a contribuição dessas nanopartículas está associada à obtenção de imagem por ressonância magnética (IRM).
Pessoas Inventoras
Nágila Maria Pontes Silva Ricardo
Carolina De Lima E Moura Raimundo
Rafael Almeida Deyse De Sousa Maia
Maria Elenir Nobre Pinho Ribeiro
Pierre Basílio Almeida Fechine
Tamara Gonçalves Araújo
Otília Deusdênia Loiola Pessoa
Francisco Célio Feitosa De França
Aiêrta Cristina Carrá Da Silva
Departamento de Química Orgânica e Inorgânica – UFC
Contato do Laboratório/Departamento:
Fone: (85)3366-9977/9978
E-mail: secdqoi@dqoi.ufc.br
Contato Dept. (link para outro site)