Processo De Produção Biotecnológica Do Aroma De 2- Feniletanol Através Do Cultivo Microbiano Submerso De Kluyveromyces Marxianus Cca 510 Em Suco De Caju
Benefícios
Produção de aroma característico de rosas em larga escala a partir de resíduos agroindustriais
Utilização de meio reacional sem produtos químicos perigosos ou reagentes gasosos sob pressão
Baixos custos e impactos ambientais reduzidos
Status: Vigente.
Maturidade
Tecnológica
Validação da tecnologia em ambiente laboratorial.
A presente invenção refere-se ao processo de produção biotecnológica do álcool superior aromático 2-Feniletanol, substância caracterizada por ser o aroma característico de Rosas, através do cultivo de microrganismos em substrato líquido preparado a partir do suco extraído do caju.
O 2-Feniletanol é um dos aromas mais utilizados na indústria de alimentos e de cosméticos. Atualmente, muitas formulações comerciais de bebidas não alcoólicas (tais como chás e cafés), de bebidas alcoólicas (tais como vinhos e cidras), massas alimentícias (tais como pães e biscoitos), doces (tais como gomas, sorvetes, pudins e gelatinas) e molhos especiais contêm significativas concentrações desta substância. Na indústria de cosméticos, este aroma está associado à fragrância de rosas e tem sua ampla aplicação em formulações comerciais de perfumes, loções e cremes na composição do aroma final do produto.
O 2-Feniletanol pode ser obtido por meio de rotas de extração direta de pétalas de rosas ou através de síntese química.
Portanto, o principal objetivo da presente invenção é proporcionar um processo biotecnológico para a preparação do 2-feniletanol através do cultivo de microrganismos da espécie Kluyveromyces marxianus CCA 510 em substrato líquido preparado a partir do suco extraído do caju (Anacardium occidentale L.). Outro objetivo da presente invenção é o de proporcionar métodos diversos para o cultivo de microrganismos da espécie Kluyveromyces marxianus CCA 510 em substrato líquido preparado a partir do suco extraído do caju e que podem ser utilizados no processo de produção biotecnológica de 2-Feniletanol.
Diferente do Melaço e do mosto derivado de uva, esta invenção, que proporciona o uso inovador do caju no cultivo de microrganismos da espécie Kluyveromyces marxianus CCA 510 para a produção de 2-Feniletanol, não compete diretamente com nenhuma via de produção de derivados alimentícios e similares, uma vez que a agroindústria produtiva do caju produz cerca de 2 milhões de toneladas de pseudofruto por ano e tem cerca de 90% desta produção descartada como resíduo desta cadeia e, diferente da utilização de águas residuárias de fecularias, o caju apresenta um rico conteúdo nutricional, açúcares (glicose e frutose), vitaminas, minerais e aminoácidos, disponível em baixos custos de processamento e com mínima necessidade de suplementação na obtenção de substratos líquidos a serem utilizados na produção biotecnológica de 2-Feniletanol.
A utilização de substratos líquidos preparados a partir do suco extraído do caju na produção biotecnológica de 2-Feniletanol, objeto desta invenção, apresenta diversas vantagens em relação aos métodos extrativos e aos métodos químicos de preparo. A primeira delas diz respeito às condições amenas de temperatura e pressão (25-45oC e 1 atm) empregadas no cultivo de Kluyveromyces marxianus CCA 510. A segunda delas diz respeito ao meio reacional, que não emprega produtos químicos perigosos ou reagentes gasosos sob pressão, não necessitando, portanto, de equipamentos específicos para a condução de reações perigosas ou vasos de pressão capazes de suportar pressões acima da pressão atmosférica. A terceira vantagem evidenciada nesta invenção diz respeito à utilização de um importante e abundante resíduo agroindustrial brasileiro, disponível a baixos custos, que é o pedúnculo do caju na produção de um aroma de amplo espectro de aplicações industriais e de alto valor agregado, o 2-Feniletanol, evidenciando a economicidade do processo e os seus baixos impactos ambientais.
Pessoas Inventoras
Maria Valderez Ponte Rocha
André Casimiro De Macedo
Luciana Rocha Barros Gonçalves
Dayala Regina Teixeira Palitot
CT – Departamento de Engenharia Química
Contato do Laboratório/Departamento:
Fone: (85)3366-9610
E-mail: dequfc@ufc.br
Contato Dept. (link para outro site)