Processo de obtenção de curativos oclusivos biológicos de pele de tilápia no Glicerol e Liofilizada
Benefícios
Redução de dor, número de trocas de curativos, gasto de insumos e carga de trabalho médica
Originou novos métodos cirúrgicos que reduzem a morbidade pós-operatória e acelera a recuperação após intervenções invasivas
Melhoria da qualidade de vida dos pacientes
Status: Vigente.
Maturidade
Tecnológica
Piloto executado em ambiente pertinente.
Demonstração de protótipo em ambiente laboratorial.
Atualmente, as coberturas biológicas são usadas com sucesso em países desenvolvidos para tratar a pele danificada em situações clínicas, como lesões por pressão, úlceras diabéticas, úlceras varicosas, queimaduras ou traumas. Também podem ser utilizadas como matrizes de suporte e indutoras de remodelação tecidual em procedimentos cirúrgicos mais invasivos. No Brasil, o uso médico de biomateriais é limitado pela ausência de tecnologia nacional, desinvestimento, burocracia e altos custos de importação. Este contexto impulsionou a pesquisa por biomateriais alternativos para o desenvolvimento de novos dispositivos regenerativos, mais acessíveis à população e ao sistema de saúde brasileiro.
A tilápia é o peixe mais cultivado do Brasil e sua carne tem excelente aceitação no mercado de alimentos. Sua pele é um subproduto de descarte da indústria. Desde 2014, vem sendo estudada como um biomaterial alternativo, em razão da similaridade histológica com a pele humana, elevado teor de colágeno e grande resistência mecânica. Devido à alta disponibilidade de matéria-prima, à tecnologia genuinamente nacional e às aplicações surpreendentes, o dispositivo biomédico produzido a partir da pele de tilápia é uma inovação disruptiva, que poderá ser fabricada a custo reduzido, com impacto ecológico positivo. Dessa forma, o produto terá vantagem competitiva em relação aos concorrentes importados e grande potencial de inserção no mercado nacional, gerando um impacto financeiro e social significativo no sistema de saúde público e privado do Brasil.
As abordagens terapêuticas da medicina regenerativa são benéficas para toda sociedade, inclusive para os idosos, que necessitam dos serviços de saúde com maior frequência. A população idosa está sujeita a uma maior incidência de traumas. Cerca de 30% dos custos hospitalares por trauma envolvem pacientes idosos. Já entre os jovens brasileiros há maior incidência de traumas por violência externa e acidentes de trânsito. Tanto jovens quanto idosos estão submetidos ao risco de sofrerem algum tipo de lesão, trauma ou queimadura, seguidos do consequente tratamento. Portanto, os dispositivos de pele de tilápia possuem amplo público-alvo em praticamente todas as faixas etárias e têm sido usados como curativo no tratamento de queimaduras e feridas crônicas, ou como matriz regenerativa em vaginoplastias, cirurgias de redesignação sexual e plástica reparadora de mãos com sindactilia, em portadores da Síndrome de Apert. Em todos esses casos, os dispositivos de pele de tilápia têm apresentado excelentes resultados e vantagens em relação aos métodos tradicionais. Adicionalmente, esses dispositivos também têm sido testados no tratamento de feridas em animais de grande e pequeno porte, com grande sucesso e potencial de aplicação no mercado veterinário brasileiro, um dos maiores do mundo.
Descrição da tecnologia:
Curativos oclusivos de uso temporário, constituídos pela pele do peixe Oreochromis niloticus limpa, estéril, microbiológica e quimicamente estável, com estrutura histológica preservada. Os curativos existem em duas tecnologias: uma embebida em glicerol, estável sob refrigeração, e uma desidratada, estável à temperatura ambiente.
Principais características:
O uso do curativo de pele de tilápia liofilizada é uma inovação radical, que reduz o limiar de dor do paciente, o número de trocas de curativos, o gasto de insumos médicos e a carga de trabalho da equipe médica durante o tratamento de queimaduras e feridas. O dispositivo também originou novos métodos cirúrgicos, que reduzem a morbidade pós-operatória, o nível de dor e os custos cirúrgicos, eliminam ou reduzem a necessidade de auto-enxertos e aceleram a recuperação após intervenções mais invasivas. Em todas as aplicações, o produto melhora substancialmente a qualidade de vida dos pacientes.
Pessoas Inventoras
Pele no Glicerol
Edmar Maciel Lima Júnior
Manoel Odorico de Moraes Filho
Marcelo José Borges de Miranda
Parceria: Companhia Energética do Ceará (COELCE, hoje ENEL)
Pele Liofilizada
Manoel Odorico de Moraes Filho
Maria Elisabete Amaral de Moraes
Felipe Augusto Rocha Rodrigues
Carlos Roberto Koscky Paier
Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da Faculdade de Medicina (FAMED) da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Contato do Laboratório/Departamento:
Fone: (85)3366-8201
E-mail: npdm@ufc.br
Contato Dept. (link para outro site)