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Pesquisadoras usam cera de carnaúba na criação de nanopartículas voltadas ao tratamento do câncer

Pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal do Ceará utilizaram a cera de carnaúba para criar nanopartículas que podem ser usadas no tratamento contra o câncer. O invento foi reconhecido, por meio de carta patente, pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Com isso, a UFC já soma 20 invenções sob sua titularidade. Esse é o tema da reportagem desta semana da Agência UFC.

Alguns medicamentos são mais eficazes quando liberados diretamente sobre áreas específicas do corpo humano. Para auxiliar nesse processo, são utilizadas estruturas em escala nanométrica que envolvem a molécula do fármaco, melhorando a solubilidade do medicamento e permitindo maior controle de sua liberação no organismo.

Duas grandes árvores de carnaúba, também conhecidas como carnaubeiras, em destaque em meio à vegetação (Foto: Tacarijus/Wikimedia Commons - CC BY-SA 3.0)
Na pesquisa em questão, a cera de carnaúba, que é um composto lipídico, constitui a matriz estrutural de todo o sistema desenvolvido (Foto: Tacarijus/Wikimedia Commons – CC BY-SA 3.0

Entre essas estruturas estão as nanopartículas lipídicas sólidas (NLS), que atuam como carreadores (nanopartículas que servem como carregadores de medicamentos ou de moléculas ativas). Na pesquisa, a cera de carnaúba, que é um composto lipídico, constitui a matriz estrutural de todo o sistema desenvolvido.

Para conferir ainda mais potencial às NLS, são adicionados elementos magnéticos, como óxido de ferro. Dessa forma, é possível direcionar o medicamento ao local desejado, através da atração gerada por um campo magnético. O propósito é alterar a biodistribuição da medicação para melhorar sua eficácia.

Gráfico esquemático mostrando o processo de desenvolvimento da nanopartícula (Imagem: Reprodução/Carolina Moura)
O nanocompósito desenvolvido pode atuar tanto na liberação de fármacos quanto no diagnóstico de doenças (Imagem: Reprodução/Carolina Moura)

De acordo com a Profª Nágila Ricardo, o maior diferencial do invento é que a cera de carnaúba funciona, ao mesmo tempo, de quatro formas diferentes. Primeiro, ela atua como uma cápsula protetora da medicação administrada aos pacientes. Segundo, tem capacidade de direcionar a medicação para o local de interesse do tratamento, através de um campo magnético. Terceiro, é capaz de gerar calor, também através de campo magnético. Por último, a cera também pode auxiliar na obtenção de diagnósticos por imagem.

A íntegra da reportagem, com os detalhes da pesquisa, estão no site da Agência UFC, canal de divulgação científica da Universidade.

Fontes: Profª Nágila Ricardo, do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica ‒ e-mail: naricard@ufc.br; Carolina Moura, doutora em Química pela UFC ‒ e-mail: carol.lmoura@yahoo.com.br