Marca da inovação acadêmica, UFC alcança sua 50ª carta-patente com máquina colhedora de ervas
Prestes a completar 70 anos de criação, a Universidade Federal do Ceará (UFC) alcançou seu 50º registro de patente da sua história, título que comprova a propriedade intelectual sobre uma invenção. O registro foi concedido no último dia 19 pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) a uma máquina colhedora de ervas, de titularidade do Prof. Daniel Albiero e equipe.
Conheça as 50 patentes já concedidas pelo INPI à UFC
“Hoje a demanda da indústria farmacêutica e o próprio consumo das pessoas exigem que a colheita de ervas tenha escala. E o grande empecilho não é o agricultor, mas o processo de colheita. E foi inventada na UFC essa máquina com facas de alta precisão para atender justamente a essa demanda”, explica o reitor da UFC, Prof. Custódio Almeida. “É hora de parabenizar a pesquisa da Universidade, os pesquisadores e, muito especialmente, os envolvidos diretamente nessa nova invenção”, completa.
Da colheita das ervas aos nanocosméticos, passando por novos fármacos, produtos para a indústria de alimentos e equipamentos de saúde – a exemplo do capacete Elmo –, é longa a lista de inovações desenvolvidas nos laboratórios da UFC, o que dá a dimensão da amplitude das pesquisas realizadas na Universidade.
Até o momento, a UFC já depositou 505 pedidos de proteção intelectual no INPI, seja pelo titular depositante, seja por terceiros, de acordo com um levantamento elaborado pela Coordenadoria de Inovação Tecnológica (CIT-UFC Inova), braço da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG).
Quando divididos por temas, essa amplitude da pesquisa da UFC fica mais nítida. Nada menos que 110 desses pedidos encontram-se na área de ciências da saúde. Outros 73 pedidos referem-se ao setor de alimentos. Na área química, são 43 pedidos de registro, nas engenharias, 41 e na agropecuária, 33.
Também são significativos os pedidos de propriedade intelectual na biotecnologia (20), tecnologia de informação e comunicação (12) e em energia (12), área que tende a crescer com mais força, haja vista a aproximação da Universidade com o hub do hidrogênio verde. Por fim, completam a lista áreas como cosméticos (7) e indústria (2). Mais de uma centena de pedidos de patentes não pôde ser classificada.
Alguns dados chamam a atenção: já são nove pedidos de patentes internacionais. Outro registro digno de nota: dos 457 pedidos de patentes de invenção feitos UFC (sem considerar os casos de cotitularidade), 202 foram solicitados por mulheres e 237 por homens (24 delas são pedidos antigos de patentes, sobre os quais não há registros precisos).
FASE DE MATURIDADE – O pedido de proteção é uma etapa anterior ao registro da patente. É nesse momento que o pesquisador reivindica o direito à propriedade intelectual sobre determinada invenção, dando início a um processo no INPI, que normalmente dura pelo menos oito anos. O deferimento da patente é a conclusão do processo e significa o reconhecimento da autoria do invento, dentro dos critérios de atividade inventiva, novidade e aplicação industrial, descrita pelos inventores.
“São pelo menos 50 patentes concedidas em mais de 500 pedidos em tramitação, o que dá mais de 10%. Se considerarmos que a Lei de Inovação é jovem, com menos de 20 anos, e que estabeleceu medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica, podemos dizer que a CIT/UFC Inova está avançando na sua fase de maturidade”, avalia a Profª Cláudia do Ó Pessoa, titular da unidade.
A maturidade é resultado da cultura de inovação bem estabelecida, que opera em várias dimensões complementares. O objetivo, diz a coordenadora, é acompanhar todo processo de concessão da patente, com monitoramento tecnológico, valoração da tecnologia e também transferência tecnológica.
“A equipe da UFC Inova vem somando esforços ao longo dos seus 10 anos, visando alicerçar as pesquisas e estreitar o hiato entre academia e o setor industrial”, complementa a professora. Para ela, o desafio para os próximos anos é avançar nos modelos de valoração da tecnologia, contrato e transferência de tecnologia. “Com isto, queremos ter uma cultura de inovação fortalecida no âmbito da UFC”, conclui.
O Prof. Custódio Almeida vai além. “A estrutura da PRPPG para trabalhar com inovação que gera patente está muito bem montada. O que a gente quer mais e mais é estender a inovação – nós temos também inovação na Pró-Reitoria de Relações Interinstitucionais quanto na Escola Integrada de Inovação Acadêmica – para que cada vez mais a gente possa apoiar as pessoas que chegam à UFC e trazem ideias inovadoras. A estrutura está sendo montada. A parte administrativa fica por conta da Instituição e o pesquisador fica mais livre para fazer aquilo que gera o produto e pode gerar a patente”, disse.
Fonte: Agência UFC