O transporte de animais vivos é um dos pontos mais críticos para o bem-estar e a sobrevivência dos animais. Durante o transporte, os animais são submetidos a vários fatores estressantes que podem causar sérios impactos ao seu estado de bem-estar e, bem como resultar em prejuízos consideráveis a toda a cadeia produtiva, em decorrência das perdas (mortes e desenvolvimento de características indesejáveis na carne) ocorridas durante a viagem. Portanto, medidas que venham reduzir essas perdas produtivas, bem como a dor e o sofrimento dos animais durante o transporte estão sendo exigidos pelos pecuaristas e também pelo mercado consumidor, especialmente no cenário internacional (exportação).  

A literatura mostra que regiões da carga (localização) com maiores índices de perdas durante o transporte correspondem exatamente às áreas com deficiência de ventilação da carga, pois nessas áreas há acúmulo de umidade e resultam na formação de núcleos térmicos (bolsões de calor). Esse cenário, indica claramente que a distribuição das perdas durante a viagem não é aleatória, pois os núcleos térmicos (bolsões de calor) da carga propiciam ambiente nocivo aos animais, pois reduz a capacidade de trocas térmicas dos mesmos, especialmente os animais que possuem como principal via de termorregulação a evaporativa (exemplo, aves e suínos).  

Dado esse problema, a Universidade Federal do Ceará desenvolveu o modelo de utilidade apresentado, trata-se de um defletor (VentilAR) para o arrefecimento por circulação de ar no interior da carga a ser utilizado durante o transporte de animais vivos. O defletor VentilAR tem o objetivo de melhorar as condições de ambiência da carga e, consequentemente, o bem-estar dos animais transportados, reduzindo as perdas produtivas ocorridas durante essa operação. Trata-se de um componente acessível, de fácil instalação e manuseio para pecuaristas, abatedouros e transportadoras especializadas no transporte rodoviário de animais vivos com interesse zootécnico.